Durante o Mundial, em Caldas Novas, tive a oportunidade de ser o Assistant Lecturer no FIDE Arbiter Seminar. É um curso diferente dos cursos básicos para formação de AAs que já havia ministrado. Para minha surpresa, encontrei alguns entendimentos e dúvidas sobre questões que para mim sempre foram muito claras. Minha surpresa foi ainda maior quando notei que tais assuntos geram interpretações distintas até mesmo entre AFs e AIs, não só brasileiros, mas também de outras partes do mundo, o que me motivou a voltar a escrever, já que os temas surgiram e são interessantes.
Neste post, contudo, não iniciarei nenhuma abordagem. Estou mais propenso a falar sobre o curso, que contou com a participação de 26 árbitros, sendo que tínhamos um português, um paraguaio, um peruano e um equatoriano no meio do grupo.
Tudo transcorreu muito bem, com pontuações de bom nível técnico por parte dos participantes. Surpreendeu-me apenas a correção da prova, pois o pessoal mostrava conhecimento no curso, mas deu uma travada quando as questões eram para valer na prova. Para a obtenção da norma de AF, a nota mínima necessária é 80%, mas para norma de AN é 70%. Já que o curso tem um contexto parecido com o do curso avançado para AN, instituído pela CBX, este FIDE Arbiter Seminar valeu para os dois fins, ao menos para os brasileiros participantes.
A prova, é necessário dizer, requeria não só o conhecimento das regras, mas também a atenção do examinado. Como nos disse o árbitro paraguaio Vargas: "Muchas cascas de banana". Uma dessas casquinhas foi mais ou menos a seguinte: "uma partida de xadrez rápido, com adequada supervisão, os jogadores estão anotando os lances. Faltando 8 minutos no relógio do jogador "A", este para de anotar. O jogador "B" reclama ao árbitro, exigindo que seu oponente volte a anotar. O que você faria como árbitro?"
A atenção mínima seria suficiente para a resposta, pois em partidas de xadrez rápido, a anotação é facultativa. Porém, muitos ficaram com a "adequada supervisão" e os "8 minutos" na cabeça e responderam que "A" deveria voltar a anotar até chegar aos últimos 5 minutos. A supervisão adequada não obriga a anotação, fiquem atentos!
Grande abraço!
AI Pablyto Robert
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
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